sábado, 24 de abril de 2010

Igrejas Multiplicadoras

A estratégia de multiplicação de igrejas é bíblica! Não estamos dizendo que a visão é a salvação de todas as pessoas numa determinada área é a plantação de uma igreja, mas a visão é a multiplicação de discípulos que façam outros discípulos e a plantação de igrejas que se multipliquem em outras igrejas numa área-alvo, de modo suficiente para dar a cada pessoa uma oportunidade de conhecer Jesus pessoalmente e segui-lo na comunhão de uma igreja em que possa amadurecer como discípulo e glorificar a Cristo com os seus dons e serviço, como um crente fiel.

Calcados no ensino de Jesus contido na parábola do Semeador (Mt 13.l-23) e no eterno desafio de Atos 1.14, podemos destacar seis elementos essenciais para a semeadura da Palavra e a multiplicação de igrejas: A oração, o Espírito Santo de Deus, a semente certa, o semeador fiel, o solo preparado e o suporte confiável. O resultado prometido numa semeadura foi uma colheita de 30, 60 e até 100 por 1. Encontramos na igreja de Antioquia (At 11.19-26) um exemplo prático desses ensinamentos!

No livro de Atos podemos vislumbrar um breve resumo do princípio de multiplicação. É muito interessante que, em aproximadamente 15 anos, achavam-se igrejas espalhadas por toda a parte da Judeia e de Samaria, já tinham sido plantadas igrejas em Damasco e Antioquia, e em muitos outros lugares no mundo. Por exemplo: poucos anos depois do dia de Pentecostes, havia igrejas em Lida, Jope, Cesareia (e também em Tiro e Ptolemaida). Também devem ter plantado igrejas em muitas cidades da Judeia e de Samaria, pois Lucas só nos dá um retrato geral da realidade. Além disso, já havia igrejas também nas cidades da Síria (Damasco e Antioquia) e da Cilícia (Atos 15.41).

Podemos imaginar que já haviam plantado igrejas em Chipre e na Fenícia (Atos 11.19). Havia uma verdadeira MULTIPLICAÇÃO de igrejas. No começo da história da igreja, Deus queria multiplicar tanto discípulos como igrejas no mundo inteiro e durante todos os séculos.


PRINCÍPIOS

O processo do "Igrejas Multiplicadoras" está baseado nos seguintes princípios:

1. Multiplicação de tudo o que é importante. A Bíblia deixa muito claro que Deus deseja a multiplicação de tudo que é de sua criação (a figura de Levítico 19.23-25, Atos 2.41-47, discípulos em Atos 9 até o fim do livro de Atos, 2 Timóteo 2.2).

2. Processo Simples e constante. Em Atos 9.19 e 20, as sinagogas foram o ponto de partida para Paulo. Iniciou seus grupos, ou congregações de pessoas, com judeus e prosélitos e outros gentios interessados (Atos 13.42, 43; 14.1; 16.13-15; 17.1 e outros).

3. Iniciar o trabalho com pessoas mais receptivas (exemplo do 2º princípio de começar nas sinagogas).

4. Os seis elementos: oração, Espírito Santo, semente, semeador, solo e suporte são essenciais para a plantação de igrejas multiplicadoras (Atos 1.14 e 11.19-27).

5. O aperfeiçoamento dos santos é o trabalho principal do pastor (Efésios 4.11,12).

6. Trabalho em equipe é o exemplo de Jesus e da igreja de Atos (Lucas 10.1, Atos 11.19 e até o fim do livro de Atos).

7. O apoio e o encorajamento aos trabalhos novos durante todo o processo (At 11-20).

8. O Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todos os povos. É Jesus que edifica a sua igreja (Mateus 16.18; Romanos 1.16; Efésios 2.8).

9. A atuação do Espírito Santo, como fonte de conselho e poder é essencial para as plantações e multiplicações (João 14.16; Atos 1.8).

10. Devemos valorizar nossas tradições, mas não equipará-las às Escrituras, nem usá-las para anular verdades bíblicas (Mt 15.2,3, e 6, 2Ts 2.15).

11. A Bíblia é a nossa única regra de fé e prática. Deve ser usada sob a orientação do Espírito Santo em determinar o que fazer, quem pode, onde e quando fazer.

12. Envolver, de imediato, os novos convertidos em todo trabalho para a formação de igrejas autossustentadas, autopropagadoras e autogovernadas (At 11.19-30 e 13-20).

13. Aprendizes são essenciais no processo de multiplicação de igrejas. Uma equipe sempre deve ter novos aprendizes (Lucas 10; Atos 11.19-26 e o restante do livro de Atos e as epístolas de Paulo).

14. O trabalho feito por meio de relacionamentos é parte da estratégia no NT, especialmente com pessoas-chave (Atos 10.24,25; Atos 16.14,15 e 16.30-32) e também a contextualização (Paulo em 1 Corintos 9.19-22).

15. Apoio aos novos convertidos e novos nos ministérios. Faz parte da comunhão dos discípulos de Cristo (At. 2.42-47, 11.19-28 e as cartas de Paulo).

Fonte: Junta de Missões Nacionais

A sede de conhecer a Deus



Em alguns países do mundo é proibida ou controlada a venda de bíblias. Se não há bíblias, imagine livros e revistas explicando os mistérios do livro sagrada. Se não há literatura que facilita e leitura, também não há escolas bíblicas, nem professores. Mas, apesar disso, a sede de aprender sobre Deus supera todas essas dificuldades e as pessoas nos países mais fechados ao evangelho tem aprendido sobre a palavra de Deus tratando como verdadeiras pérolas os versículos que tem acesso.

Numa situação oposta podemos presenciar diversos povos com acesso livre da bíblia, como o nosso país. Temos várias editoras, vários seminários, grupos de discipulado, igrejas para todos os gostos, com suas escolas bíblicas no Domingo e seus cultos de doutrina... Toda uma estrutura que facilita o nosso aprendizado. Bíblias de todas as versões, para homens, mulheres, jovens, crianças... De todas as linguagens para nos aproximar da palavra de Deus. Mas o que temos visto? A falta de interesse de conhecer a Deus espalhada dentro das próprias igrejas é uma lamentável realidade.

A igreja se que proclama portadora da mensagem parece que perdeu o livro sagrado, como nos tempos do rei Josias. Parece absurdo que o livro da lei tivesse se perdido, mas foi verdade. Pior, quando foi feita uma reforma na “Casa de Deus”, no meio da bagunça que toda arrumação cria, lá estava o livro da Lei, encontrado por Hilquias.

“Então disse o sumo sacerdote Hilquias ao escrivão Safã: Achei o livro da lei na casa do SENHOR. E Hilquias deu o livro a Safã, e ele o leu.” II Reis 22.8

Josias se entristeceu muito pois seus antepassados não valorizaram a palavra de Deus. Mas ele deu um grande exemplo de um líder de Deus quando se depara com a frieza e a ausência da vontade de Deus no meio do povo. Ele leu o livro com todos:

“O rei subiu à casa do SENHOR, e com ele todos os homens de Judá, e todos os moradores de Jerusalém, os sacerdotes, os profetas e todo o povo, desde o menor até ao maior; e leu aos ouvidos deles todas as palavras do livro da aliança, que se achou na casa do SENHOR.” II Reis 23.2

No meio evangélico dos nossos dias, vemos muita empolgação para louvar, fazer retiros, participar de eventos e festas, mas não para conhecer mais sobre Deus. Até as lojas cristãs, em sua maioria, vende mais camisas com mensagens cristãs, chaveirinhos, adesivo de carro, Cds, mas bíblia e os livros de apoio, salvo raras exceções, tem um espaço já limitado.

Sem o conhecimento de Deus, não há envolvimento com a obra missionária, uma ordenança bíblica, não há transformação de vidas, porque é a verdade que liberta, não há adoração verdadeira, pois quem adora quer conhecer a Deus, não há condução correta, porque a direção certa acima de tudo vem da palavra de Deus.

Esse cenário cria cristãos fracos e sem profundidade. Não sejamos assim, antes busquemos conhecer a Deus, nos unamos na leitura e na busca pelo conhecimento de Deus para nos conduzirmos corretamente e de maneira abençoada!

“Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido.” (Josué 1.8)

Rafael Dantas (pastoral do boletim do dia 25/04)