quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Os recomeços para com Deus



            A queda parece algo inerente ao ser humano. E, mesmo crentes e convertidos, isso não deixa de ser verdade para os cristãos. Assim foi com grandes heróis da fé. Adão, Davi, Pedro... com exceção de Jesus, todos arranharam seus joelhos no chão após se descuidar com uma pequena pedra – o pecado.
            Como olhar de novo para Deus depois de negá-lo? E pior, dizer que não conhecia Jesus três vezes. Mais grave ainda, no momento em que ele estava mais sozinho. Essa foi a queda do maior dos apóstolos, Pedro.

- Os passos de um homem bom são confirmados pelo SENHOR, e deleita-se no seu caminho.
- Ainda que caia, não ficará prostrado, pois o SENHOR o sustém com a sua mão.
Salmos 37:23-24

            Como voltar a defender o nome de Deus depois de adulterar? Mas não foi uma simples traição. O desejo carnal de Davi provocou a morte de um inocente. E não foi apenas o adultério e o assassinato. Na lista das quedas do rei que andou segundo o coração de Deus estão outros casos, não menos pecaminosos.
            Como voltar a conversar com Deus após desobedecer uma regra tão clara e simples. Frente a tantas opções. Frutas de todas as especiais, menos aquela da árvore do conhecimento. Mas o frágil coração humano se rendeu. Optou por não seguir os planos do criador. Fazer sua própria trajetória.
            Mas momentos depois da desobediência, como no caso de Pedro. Ou horas depois do escorregão, como com Adão. Deparamos-nos com o olhar do criador. Daquele que morreu por nossos pecados. Deu-nos lições de vida que não poderíamos adquirir juntando toda a sabedoria deste mundo. Aquele que se fez carne para nos salvar. Como voltar a conviver com ele depois de colocar mais um prego em sua cruz?

ARREPENDER-SE
            Em qualquer que seja a queda, a solução tem os mesmos passos do recomeço. Mas o reconhecimento de que é necessário voltar ao zero é fundamental. Corações orgulhosos, que preferem se justificar diante da queda não agradam a Deus. Arrepender-se, dobrar os joelhos e dizer: Pequei. Eis o primeiro passo para um reencontro triunfal com a comunhão com o criador.
Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor, Atos 3:19
            Entre os chorões da bíblia, certamente Davi é um dos que mais se destaca. Afinal, várias foram as suas quedas. E também seus recomeços. Sempre que se afastava do caminho, lá estava chorando, para com os olhos limpos do pecado re-enxergar o retorno para o caminho estreito.
“Estou cansado do meu gemido; toda noite faço nadar em lagrimas a minha cama, inundo com elas o meu leito. Meus olhos estão consumidos pela mágoa, enfraquecidos por causa de todos os meus inimigos” Sl 6:6,7
            O arrependimento verdadeiro, que representa um encontro com Deus não fica sem frutos. Mas leva outros a se arrependerem, pois as lágrimas que caem da face de um pecador arrependido regam o chão onde as sementes do evangelho foram lançadas. E daí germina e dá frutos para o reino. Pois, onde abundou o pecado, superabundou a graça de Deus.
           
NOVAS AÇÕES
O recomeço porém não é algo fácil. O choro e o reconhecimento do pecado – ou apenas da omissão, ou ainda frieza que o fizeram parar na caminhada – não são suficientes. É necessário mudar de rota. Sair da estrada da morte e voltar para a da vida. Mas as vezes as marcas do pecado não nos permitem seguir ilesos. Livramos-nos da culpa que fica nas nossas costas, pois Deus perdoa todos aqueles que se arrependem. Mas temos que superar também as conseqüências do pecado. Assim foi com Adão. Seu pecado o levou para fora da vida do Paraíso. Uma readaptação foi necessária. Trabalhar pelo pão de cada dia. Suar para se refazer. Na nossa vida, isso não deve acontecer apenas na vida espiritual, mas na vida de forma geral. Reorganizar total. Limpar aquilo que nos afasta de Deus. Retirar as atividades e ocasiões que roubam o nosso tempo com Deus. Voltar ao caminho de Deus demanda ação.
Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. 2 Coríntios 5:17

USAR A EXPERIÊNCIA PARA PERMANECER NA GRAÇA
            Choro, ações... um terceiro passo importante é se alimentar para evitar novas quedas. Manter-se na comunhão com Deus previne entrar em rotas equivocadas. Quando uma criança permanece de mãos dadas com seu Pai ela não se perde. Mas ao arriscar-se e soltar-se para matar alguma curiosidade. Ou ao tentar demonstrar que Poe fazer algo sozinho, sem a ajuda eles, isso pode custar bem caro.
            A experiência de uma queda - de um passeio no mundo, mais distante da casa do Senhor, como foi o caso do filho pródigo – traz lições importantes. Primeiro, de que não somos imbatíveis, mas que temos limites. E devemos tomar cuidado com eles. Segundo, mesmo com os baques, é possível levantar-se outra vez. Terceiro, não é necessário errar para se aprender. É possível se esquivar das pancadas da vida sem levar alguns golpes. Quem aprende com o erro é inteligente. Mas, quem aprende sem precisar errar leva uma grande vantagem, pois não irá carregar consigo o peso das derrotas, nem os seus arranhões.

Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. João 15:4
Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós; permanecei no meu amor. João 15:9
Encerrar com três convites:
  1. Arrepender-se
  2. Mudar de ações
  3. Permanecer em Cristo

2 comentários:

  1. A vida do cristão deve ser equilibrada em três pilares: oração, estudo e ação.

    Após o verdadeiro arrependimento, devemos manter uma rotina diária desses três pilares procurando dosa-los de forma equilibrada, pois aquele que só ora e deixa de estudar (conhecer mais a palavra de Deus) e não age, suas orações com certeza não estarão condizentes com suas atitudes.

    Já aquele que só estuda, acaba virando um acadêmico cheio de conhecimento mas seu coração não absorve o que há na mente.

    E por fim, aquele que só age, realiza boas obras mas sem conhecimento do desejo de Deus e sem pedir orientação ao Pai, acaba justificando os meios pelo fim.

    Rafa, muito bom o blog. Aguardo ansioso por mais publicações.

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